sexta-feira, junho 06, 2008

Resposta aberta

a um post sobre touradas do RSantana no seu blogue, em que o próprio se indigna com a recente proibição, por parte de um tribunal, de transmissão televisiva de touradas antes das 22h30.
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O tribunal não ordenou a proibição da realização de touradas. Proibiu sim a sua transmissão televisiva em determinado horário.

"Os tribunais não se fizeram para militâncias ideológicas" - prosseguiu Ribeiro e Castro. "Este tipo de pressões para restringir ou proibir a transmissão televisiva de touradas é um claro atentado à cultura, à inteligência e à liberdade.".

Ter opinião contra é ser ideológico. Um deputado democrata-cristão que é a favor, já não é ser ideológico. Fascinante.


"Assistimos presentemente a uma clara investida contra as corridas de touros assente em premissas ideológicas. O que aí se revela não é mais do que uma manifestação de totalitarismo cultural a que importa resistir e responder."

Ser a favor é ser pela liberdade. Ser contra - e atenção que o assunto aqui é a transmissão televisiva - as touradas já é ser contra a liberdade. Fascinante.

"Só confirma o que acabei de dizer e demonstra o momento de perigo em que estamos. São forças organizadas e muito agressivas"

Depois de apelar à união de toda a gente para "acção firme e coordenada" queixa-se que os outros são organizados.

"Podemos ser livres, se faz favor?"

Eu deixo um apelo a "ganaderos, toureiros, forcados, aficionados, gentes das artes, cultura e comunicação, dirigentes de organizações sociais, profissionais" para lerem a definição de liberdade e democracia e, já agora, aproveitem para ler a Constituição da República Portuguesa.


Tudo o que houver [contra a transmissão de touradas antes das 22h30]eu assino por baixo!


PS: Não é o assunto em causa mas, para nos entendermos. Tenho um orgulho imenso, admiro, respeito e gosto de ver forcados. Percebo o fascínio/magia que uma tourada possa exercer nos aficionados. Não consigo compreender nem aceitar que isso se faça às custas de um espectáculo bárbaro que envolve tudo o que actualmente se faz ao animal. Existem várias alternativas aos métodos actuais e que não envolvem o sofrimento do animal.

Mas o conservadorismo, e o suposto pretexto da tradição, por parte dos aficionados impede de se evoluir e perceber que estamos nos século XXI . Conservadores que acham que a liberdade é aceitar o que se faz há décadas e assim é que está bem, por amor de Deus!

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