«Cavaco Silva defendeu este fim-de-semana que o problema das desigualdades sociais «não vai ser resolvido a curto prazo» (Público). Cavaco sabe bem do que fala: quando foi primeiro-ministro as desigualdades aumentaram e muito. O detalhado estudo empírico do economista Carlos Farinha Rodrigues, publicado recentemente em livro com o título Distribuição do Rendimento, Desigualdade e Pobreza - Portugal nos anos noventa, confirma isso mesmo: «ao longo da primeira metade da década de noventa assistiu-se a um modelo de crescimento que beneficiou os indivíduos e as famílias de maiores rendimentos, penalizou os indivíduos dos escalões inferiores da distribuição, acentuou fortemente as desigualdades sociais e manteve os níveis de pobreza extremamente elevados; segunda metade dos anos 90, como consequência da implementação de novas políticas sociais dirigidas aos sectores da população mais carenciados (como o Rendimento Mínimo Garantido), foi possível conter a tendência anterior mas não se conseguiu a sua inversão» (p. 307). A partir de 2000, com a austeridade assimétrica permanente, voltámos ao padrão do cavaquismo. Até quando?»
João Rodrigues in Ladrões de Bicicletas
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