quinta-feira, março 13, 2008

Eles que me perdoem o copy paste

mas o post está tão bom que não resisti a reproduzi-lo aqui. Só gostava de saber e ter paciência para escrever assim. O original foi publicado num blog que não dispenso consulta diária. Só posso aconselhar que façam o mesmo.

« bah
A calcorrear a revista e os cadernos do espesso lembro-me do que já pensei muitas vezes. lembro-me também das leituras que tive que fazer há uns tempos de genéricos da gestão empresarial (curiosamente - ou talvez não - a propósito de um concurso para a função pública). é que esta gente de direita, muito burguesinha, muito avenida de roma via quinta da marinha empenha-se mesmo em criar, recriar e reproduzir uma visão do mundo muito própria. um mundo marcado pela gente de sucesso, pela competitividade, pelas lideranças, pelas superações individuais, pela encenação da felicidade endinheirada. gente empreendedora. gente como nós devíamos ser se fossemos melhores do que somos. se não fossemos tão feios, porcos e maus. mas atenção: os pobrezinhos e deserdados também lá andam, normalmente associados a projectos de solidariedade dos primeiros. ou então não, limitam-se a aparecer para ilustrar a degradação humana, para satisfazer instintos voyeuristas. só não se percebe de onde vêm uns e outros. como é que se criam, recriam e reproduzem uns, outros e uns aos outros. há sempre um défice (cá está a linguagem "deles" a parasitar) de explicação. esta gente da direita da comunicação que manda em quase tudo o que se lê evacuou o melhor jornalismo para o vácuo e o melhor das ciências sociais para o limbo universitário. não abrem portas a nada que possa quebrar as telenovelas dos portugueses de sucesso, as historietas dos cérebros muito apreciados lá fora, as mediocridades das modas-lisboa, as polémicas estéreis entre cronistas da classe a falar para a classe e para os que um dia sonham aceder à classe. bah.»
por renegade in Spectrum

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