Há coisas engraçadas. Desde a minha adolescência que tenho um particular interesse por poesia. Nada de especial, nada de intenso. Um gosto apenas, não uma paixão. Comprar uns livros de vez em quanto, ler umas coisas aqui e ali. Compreender algumas, desejar que um dia possa compreender outras. Contudo, a propósito da rubrica que tenho vindo a colocar aqui, tenho vindo a redescobrir a poesia. A Internet levou-me a autores que nunca sequer tinha ouvido falar. Depois, sem querer, encontrei a mais bonita definição de poesia que alguma vez vi:
“Poetry is an echo, asking a shadow to dance”
Carl Sandburg
Agora, os passeios pela net não dispensam uma ida a um ou dois sites para descobrir coisas novas. Tantas vezes, que só me apetece colocar aqui poesia. Confesso que o facto de andar sem paciência para pensamentos mais profundos sobre a actualidade politico-social, tem complementado a facilidade de um copy-paste poético. Assim, aqui fica mais um.
Quase um poema de amor
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor
Miguel Torga
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